Ciência Política
Na fase das independências em África muitas personalidades identificadas por um nível de formação escolar aceitável e notável lideraram as campanhas pela descolonização de África. Estas numa primeira fase identificavam-se com a causa da liberdade e a descolonização do continente negro que já há séculos vinha sendo pilhado e entregue a interesses do imperialismo europeu.
Contudo, África a todo custo tinha que se tornar independente das forças opressoras estrangeiras que esmagavam o sonho e a liberdade do continente negro. Nesta perspectiva despertaram os mais esclarecidos pela formação escolar aceitável e em nome dos povos africanos identificaram-se como nacionalistas e pela necessidade de uma África livre e dona do seu destino. Era sim a constituição dos primeiros movimentos independentistas e partidos políticos na disputa do poder politico nas colónias onde o colonizador era mais pacífico a causa do nacionalismo dos povos em sua jurisdição, o processo das independências decorreu de forma pacífica, sem o derramamento de sangue. Por outro lado, onde o colonizador fazia ouvido surdo e nem tinha a ideia de desovar as colónias formaram-se movimentos de guerrilha que pretendiam alcançar independências pela via armada.
Nessa altura em que os colonizadores uns pretendiam desovar as colónias e outros não ao exemplo das colónias portuguesas em África. Do Norte ao Sul do continente africano os ventos da mudança clamavam pela liberdade e o fim do colonialismo em África. No entanto, em todas frentes de ventos de mudanças muitas personalidades as vezes de formação aceitável personificavam-se como pais das nações que emergiam da dominação colonial. Na verdade, a legitimidade destas personalidades era tão maior e inquestionável pela causa da liberdade e fim da colonização.
Alcançadas as independências tanto pela desova via pacifica ou desova via armada aquelas personalidades que dirigiram partidos ou movimentos de guerrilha pela independência tornaram-se " elites politicas" dentro dos seus países e com uma reputação intercontinental como libertadores e nacionalista anti-colonialismo (Kwame Nkrumah com Gana, Patrice Lumumba com o Congo, Agostinho Neto com a Angola, Kennet Kaunda com a Zâmbia, etc) com um grande nível de legitimidade política nacional e internacional, sobretudo nos países de uma independência emergente dentro e fora do continente africano e aqueles que sempre se distanciaram do imperialismo e colonialismo europeu em África, ao exemplo do comando Socialista liderado pela União Soviética.
Tudo era bom em África, nesse período da década 60 a 70 do século XX, apesar de alguns focos de instabilidade que se viviam no Congo-Kinshasa com a decapitação do Patrice Lumumba e insurreições internas; a tentativa de retardar a independência na Guiné-bissau com a morte de Amílcar Cabral em 1973, um ano antes da independência.
As elites politicas africanas que tanto se identificaram com a descolonização alcançadas as independências dos seus países assumiram os cargos governativos e conduziram todos os processos de organização desde a componente política, económica, social até a cultural, numa aparente emergência do Estado-Nação em África fragmentada com séculos do colonialismo. Os novos Estados em África pois colonial buscavam em todas vertentes a legitimidade da causa de existência e o discurso da unidade entre os povos circunscritos pelas fronteiras comuns forjavam o Estado, este por sua vez traduzia em todos a ideia do Estado-Nação pela imposição da língua comum, mesmos símbolos em representação do Estado, costumes e valores comuns, uma identidade de pertença ao Estado sem contudo o cidadão se identificar apenas com o seu sub grupo linguístico tradicional, agora incorporado ao Estado emergente que forja a todo gás a criação do Estado-Nação.
Uma outra situação que se observa nesta primeira fase das independências é a sustentação das elites politicas africanas pelas ideologias politicas da Guerra-Fria Socialismo e Capitalismo. Nestas elas buscavam a protecção e tornavam-se figuras inquestionáveis dentro do país, dirigindo os seus povos a vontade de ideologias conflituantes na Guerra-Fria.
No período da década 80 do séc. XX, muitos Estados africanos continuaram firmes aos ideais da Guerra-Fria, tanto que as elites politicas no poder também estavam sob controlo dessas ideologias. Isto é, era tudo ou nada, se não se identificasse a nenhum dos ideais dificilmente sobreviveriam, pois a segurança do Estado estaria fragilizada e entregue aos interesses das forças da oposição que já sacudiam em varias partes do continente, os interesses e o governo das elites politicas no poder desde a independência pela forte pressão da Guerra Civil nos seus países.
As novas forças da oposição aos ideais das ideologias da Guerra-Fria punham contudo em causa a legitimidade das elites politicas independentistas e a todo custa digladiavam pelo acesso ao poder através da Guerra Civil. Apesar de tudo estas ainda sobreviviam graças as ideologias da Guerra-Fria.
O fim da Guerra-Fria trouxe uma nova realidade para as elites politicas independentistas que ainda continuavam no poder, apesar de algumas não terem sobrevivido as forças de opressão que moviam as guerras civis e castigavam a sua população de todos os males. Nesta nova realidade impunha-se a democracia como o melhor regime político a pois o fim do Socialismo Soviético na África e em muitos cantos do mundo. As elites politicas sobreviventes tinham que aceitar a nova realidade a todo o custo para manter a legitimidade na governação dos seus países sob o risco de perder o poder pela imposição da democracia como meio de recuperação económica destes países já há muito estagnados economicamente e mergulhados nas piores crises da história.
A democracia impunha como componentes o multipartidarismo, a liberdade no pensamento, a liberdade de mercado (livre iniciativa de produção), à observância dos direitos humanos, eleições como forma de acesso e titularidade do poder político. Nesta altura da década 90, as elites politicas independentistas sobreviventes e outras ainda que não sobreviventes tinham chegado ao poder por via de golpe de Estado incondicionalmente cederam a partilha de cargos governativos como forma de salvar a paz rumo as eleições livres e justas como ultimo mecanismo de legitimidade dos governantes da era sem Guerra-Fria. Por outro lado, onde não houve a partilha do poder antes das eleições a paz foi mantida ousadia de vitória nas eleições que tanto como que tanto como as antigas forças da oposição almejavam, assim como a esperança que nutriam as elites no poder do Estado. (cont....)
Por: Albertino Cossa
Na fase das independências em África muitas personalidades identificadas por um nível de formação escolar aceitável e notável lideraram as campanhas pela descolonização de África. Estas numa primeira fase identificavam-se com a causa da liberdade e a descolonização do continente negro que já há séculos vinha sendo pilhado e entregue a interesses do imperialismo europeu.
Contudo, África a todo custo tinha que se tornar independente das forças opressoras estrangeiras que esmagavam o sonho e a liberdade do continente negro. Nesta perspectiva despertaram os mais esclarecidos pela formação escolar aceitável e em nome dos povos africanos identificaram-se como nacionalistas e pela necessidade de uma África livre e dona do seu destino. Era sim a constituição dos primeiros movimentos independentistas e partidos políticos na disputa do poder politico nas colónias onde o colonizador era mais pacífico a causa do nacionalismo dos povos em sua jurisdição, o processo das independências decorreu de forma pacífica, sem o derramamento de sangue. Por outro lado, onde o colonizador fazia ouvido surdo e nem tinha a ideia de desovar as colónias formaram-se movimentos de guerrilha que pretendiam alcançar independências pela via armada.
Nessa altura em que os colonizadores uns pretendiam desovar as colónias e outros não ao exemplo das colónias portuguesas em África. Do Norte ao Sul do continente africano os ventos da mudança clamavam pela liberdade e o fim do colonialismo em África. No entanto, em todas frentes de ventos de mudanças muitas personalidades as vezes de formação aceitável personificavam-se como pais das nações que emergiam da dominação colonial. Na verdade, a legitimidade destas personalidades era tão maior e inquestionável pela causa da liberdade e fim da colonização.
Alcançadas as independências tanto pela desova via pacifica ou desova via armada aquelas personalidades que dirigiram partidos ou movimentos de guerrilha pela independência tornaram-se " elites politicas" dentro dos seus países e com uma reputação intercontinental como libertadores e nacionalista anti-colonialismo (Kwame Nkrumah com Gana, Patrice Lumumba com o Congo, Agostinho Neto com a Angola, Kennet Kaunda com a Zâmbia, etc) com um grande nível de legitimidade política nacional e internacional, sobretudo nos países de uma independência emergente dentro e fora do continente africano e aqueles que sempre se distanciaram do imperialismo e colonialismo europeu em África, ao exemplo do comando Socialista liderado pela União Soviética.
Tudo era bom em África, nesse período da década 60 a 70 do século XX, apesar de alguns focos de instabilidade que se viviam no Congo-Kinshasa com a decapitação do Patrice Lumumba e insurreições internas; a tentativa de retardar a independência na Guiné-bissau com a morte de Amílcar Cabral em 1973, um ano antes da independência.
As elites politicas africanas que tanto se identificaram com a descolonização alcançadas as independências dos seus países assumiram os cargos governativos e conduziram todos os processos de organização desde a componente política, económica, social até a cultural, numa aparente emergência do Estado-Nação em África fragmentada com séculos do colonialismo. Os novos Estados em África pois colonial buscavam em todas vertentes a legitimidade da causa de existência e o discurso da unidade entre os povos circunscritos pelas fronteiras comuns forjavam o Estado, este por sua vez traduzia em todos a ideia do Estado-Nação pela imposição da língua comum, mesmos símbolos em representação do Estado, costumes e valores comuns, uma identidade de pertença ao Estado sem contudo o cidadão se identificar apenas com o seu sub grupo linguístico tradicional, agora incorporado ao Estado emergente que forja a todo gás a criação do Estado-Nação.
Uma outra situação que se observa nesta primeira fase das independências é a sustentação das elites politicas africanas pelas ideologias politicas da Guerra-Fria Socialismo e Capitalismo. Nestas elas buscavam a protecção e tornavam-se figuras inquestionáveis dentro do país, dirigindo os seus povos a vontade de ideologias conflituantes na Guerra-Fria.
No período da década 80 do séc. XX, muitos Estados africanos continuaram firmes aos ideais da Guerra-Fria, tanto que as elites politicas no poder também estavam sob controlo dessas ideologias. Isto é, era tudo ou nada, se não se identificasse a nenhum dos ideais dificilmente sobreviveriam, pois a segurança do Estado estaria fragilizada e entregue aos interesses das forças da oposição que já sacudiam em varias partes do continente, os interesses e o governo das elites politicas no poder desde a independência pela forte pressão da Guerra Civil nos seus países.
As novas forças da oposição aos ideais das ideologias da Guerra-Fria punham contudo em causa a legitimidade das elites politicas independentistas e a todo custa digladiavam pelo acesso ao poder através da Guerra Civil. Apesar de tudo estas ainda sobreviviam graças as ideologias da Guerra-Fria.
O fim da Guerra-Fria trouxe uma nova realidade para as elites politicas independentistas que ainda continuavam no poder, apesar de algumas não terem sobrevivido as forças de opressão que moviam as guerras civis e castigavam a sua população de todos os males. Nesta nova realidade impunha-se a democracia como o melhor regime político a pois o fim do Socialismo Soviético na África e em muitos cantos do mundo. As elites politicas sobreviventes tinham que aceitar a nova realidade a todo o custo para manter a legitimidade na governação dos seus países sob o risco de perder o poder pela imposição da democracia como meio de recuperação económica destes países já há muito estagnados economicamente e mergulhados nas piores crises da história.
A democracia impunha como componentes o multipartidarismo, a liberdade no pensamento, a liberdade de mercado (livre iniciativa de produção), à observância dos direitos humanos, eleições como forma de acesso e titularidade do poder político. Nesta altura da década 90, as elites politicas independentistas sobreviventes e outras ainda que não sobreviventes tinham chegado ao poder por via de golpe de Estado incondicionalmente cederam a partilha de cargos governativos como forma de salvar a paz rumo as eleições livres e justas como ultimo mecanismo de legitimidade dos governantes da era sem Guerra-Fria. Por outro lado, onde não houve a partilha do poder antes das eleições a paz foi mantida ousadia de vitória nas eleições que tanto como que tanto como as antigas forças da oposição almejavam, assim como a esperança que nutriam as elites no poder do Estado. (cont....)
Por: Albertino Cossa